segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Madrugada (02)

Na rotatividade em que vivo o quarto não é constante. De dentro do quarto percebo se é dia ou noite com um empurrar mecânico gravado na rotina. De cima da cama de dentro do quarto ergo meu braço e exerço uma força sobre a portinhola. O quarto se invade de luz, sei que é dia. Junto da luz uma brisa e de dentro do quarto eu respiro aliviado. Eu tiro minha roupa e deito sobre os lençóis limpos. Mas o quarto não é perfeito. A noite quando eu e o quarto estamos a sós eu durmo. A porta do quarto cultivada agora aberta me acorda no meio da noite. Ouço sons, barulhos como se algo lá dentro se movesse. Encaro a porta com medo e intrigado com o que eventualmente poderá sair lá de dentro. Nada sai de dentro da porta, levanto da cama e procuro por brechas. Não as encontro, volto pra cama e o barulho para. Mas sei que o bicho continua ali. Sono, vultos, sons vindos do outro lado da galáxia. Manifestações.

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