sábado, 24 de dezembro de 2011

O inferno são os outros, mas os outros somos nós

Na praça o velho atravessa a rua e chega ao outro lado. Lá não há anjos nem deus, só existem demônios vestidos de pessoas. Chorosos apressados andam pra todo lado e desgraçam a vida de quem esta abaixo. 

O Diabo, para o cristão Belzebu para os íntimos Satanás, anda tristonho e preocupado, morre de medo de perder o controle do inferno pra essa madrasta rígida e conservadora, vestida de bege e que só usa saias - Meritíssima Senhora Sociedade. Casada com o Papa, dá lição de moral ao povo e os ensina a ser crente.

Meninas com meninos queimem os terreiros junto com os sodomitas e maconheiros. De noite, depois de assistir o jornal nacional, põe um a um pra dormir com a doce leitura de algumas páginas da veja. Soldadinhos obedientes, virgens, comportados. Que mãe não se orgulharia de filhos assim? Para o rebelde tem o milho no canto da parede, dá-lhes um emprego medíocre e em troca um salário mínimo. Aprende.

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Vais morder ou são só beijinhos?