Joana não tinha amor no seu coração por Roberto e
quando o padre fez a pergunta final ela correu até a janela do prédio e pulou
devagar o suficiente para que seu noivo a alcançasse e a deixasse dependurada
enquanto gritava por ajuda. Foi aquele motim de homem querendo ajudar e Joana
louca transtornada se agitava e gritava para que a soltassem.
Com a típica
covardia humana, por um instante, a mulher se arrependeu e pensou que podia
casar sem amor e um dia amanhecer, olhar para Roberto e se apaixonar. Um plano
perfeito, se ela não tivesse pressa – um dia demora muito, se for pra ser será
agora disse a si. Olhou pra cima e viu a cara de merda do Roberto assistindo
ela enquanto era agarrada pelas pernas por sabe lá quem e concluiu que uma moça
como ela que nascera para o sucesso não deveria se casar com uma merda de homem.
Voltou a debater-se e voo.
A mãe, ao ver a filha esticada no chão e com o
vestido branco sujo de sangue deu pra trás e desmaiou nos braços do padre que
já fazia a prece para que a suicida fosse perdoada pelos céus. O Roberto gritava
coisas sem sentido com a mesma cara de merda como se não entendesse o motivo
para tal. Enquanto todos lamentavam a tragédia que terminavam de ver, Joana
descolou do chão. Levantou, tirou a poeira do vestido e percebeu que sangrava. Saiu
caminhando até o outro lado da rua. Suspendeu a mão para o táxi que vinha e
partiu em direção a um hospital.
A zuada persistiu, até que a avó de Joana
retornou do banheiro com a mão envolta em um pedaço de papel higiênico e com as
saias no joelho perguntando a razão de tanta gritaria. Foi ai que mandaram a
velha ver com seus próprios olhos e se deram conta que a noiva já não estava no
chão. No hospital estancaram o sangue da Joana e a deixaram na enfermaria. A
mulher sorriu feito uma bruxa festejando sua escapada triunfal e assustando os
outros pacientes que não imaginavam motivo para tamanho gargalho senão a
loucura. Joana estava de fato louca, a queda não tirou sua vida, mas levou o
que lhe restava de juízo. Levantou da cama e começou a se exibir justificando a
cor do seu vestido. A essas horas ela não raciocinava que vestia uma bata
dessas de hospital com a bunda de fora e começou a rodopiar pelo hospital
enquanto cantava a marcha nupcial. Dr.Manoel, o psicólogo, fez questão de
cobrir a moça e a levar direto para o consultório onde a entrevistou e atestou
sua loucura.
Joana saiu orgulhosa, se dedicou toda sua vida ao dia do casamento
de forma a não ir pra faculdade, mas agora estava feliz por finalmente ter um certificado
mesmo sendo de loucura a única coisa que lhe importava é que agora já não era
mais uma Maria Ninguém era uma louca certificada por Dr.Manoel, o cavaleiro
loiro charmoso. Fugiu do hospital assim que saiu da sala, saiu correndo de
alegria para contar aos pais o fato que lhe sucedera. Quando chegou em casa os
pais não acreditavam no que viam. Joana foi logo abraçando os dois e dizendo
que estava tudo bem, contou sobre sua estadia no hospital e foi logo arrumando
as malas explicando que agora era formalmente louca e uma louca que se preze
merece viver em um hospício a sua altura.
A mãe deu o maior apoio e o pai deu um
carro pra ela não viajar com tanto peso de ônibus, Joana dirigiu sozinha até o
Recanto dos Loucos onde prontamente começou a exercer suas funções de louca. Em
poucos meses de loucura Joana já andava nua pelo recanto corrompendo enfermeiros
e deixando os loucos pirados, provando sua teoria de que nascera para o sucesso.
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Vais morder ou são só beijinhos?